[Ler ouvindo Eu sei - Pato Fu]

Sabe aquele momento? Aquele estalo da vida que você fica pensando em suas diversas resiliências que ocorrem durante o dia e aquelas milhares que lhe ensinam alguma coisa durante o ano? Então, é exatamente disso que estou falando!

Me desculpe se estou seguindo e te deixando em meu passado, mas isso é só uma consequência do meu milésimo amadurecimento. Seu vocabulário completo e belo, as palavras que você tirou daquele velho e empoeirado dicionário Aurélio que fica do seu lado da cabeceira, não mexem mais comigo. Suas frases de efeitos não me causam mais nenhum orgasmo. Meu estilo agora é outro. Aliás, nunca mudou! Infelizmente foi tu que fantasiou uma relação cheia substantivos, sintaxes e tempos verbais.

Porém, meu bem, não quero mais o seu sexo verbal sem atitudes. Suas palavras são erros e desculpas, já que para você sempre foi mais fácil mentir. E descontente, me ensinou também a enganar, dizendo que é mais forte que nós. Só que eu cansei das suas mentiras e palavras controversas sempre tão vazias. Chega de vir atrás com palavras que me derretem, não me faça querer cair novamente no seu erro, ele é somente seu!

Por favor, vamos fechar essa porta, nossa noite acabou. Guarde suas honras e promessas para si, não estou aqui para aumentar seu ego e te deixar sempre em cima de um lindo pedestal. Vamos juntar nossas memórias e lembranças, e assim, seguir. Sabemos bem que esse é o melhor para nós! E tu ainda sabe disso mais do que eu. Afinal, vai ter sempre alguém com quem tu vai querer falar por horas e horas. Alguém que vai saborear cada palavra que sai de sua boca, como quem saboreia cada pedaço do teu corpo numa transa louca. E, sinceramente, quero constatar que esse alguém não sou eu.

Continue dançando, errando, mentindo, fugindo, conquistando. Mas, por favor, não me lembre que eu eu faço tudo isso também. Vá e me deixe. Eu estou indo e estou te deixando. Não me siga, não me queira nem me procure. Seu sexo verbal já não me ilude.