As exceções da vida

Toda vez que percebo que posso ultrapassar as fronteiras do apenas sentir atração por alguém e começar a gostar, eu pulo fora. Corro. Fujo como um gato foge da água. Praticamente me bloqueio! Foi sempre assim. Porém, como tudo na vida há exceções, também tive as minhas. Deixei rolar, me abri e me entreguei, não deu certo, mas eu muito tentei. E assim a gente aprende que só o nosso amor e a nossa vontade não são suficientes. Precisa de mais! Sempre nos exigem mais! E nós sempre procuramos um algo mais antes de termos o de menos.
A verdade é que esse mais nunca veio e eu me fechei novamente. Deixei a vida seguir seu fluxo, sem muitas vontades e cheia de cuidados para não tropeçar no pé de mais ninguém. Até que, como quem não queria nada, a vida me deu uma rasteira, fazendo-me tropeçar logo no seu olhos e caindo em cheio no seu sorriso. E agora? Estou fudida!
Você me chamou a atenção quando te vi pela primeira vez conversando numa pequena roda de amigos. Fixei meus olhos nos seus pela primeira vez ali e você nem viu. Depois sorri com seu sorriso, fiquei nervosa com seu jeito e viajei com meus pensamentos. Aconteceu tudo isso e você nem percebeu. Nem deu fé, como diz o meu vocabulário regionalista. Poderia pedir para que você me olhasse, me enxergasse, me visse, mas jamais farei isso. E tenho lá meus motivos!
Querer você, é claro que quero! Hoje reconheço o que já estava estampado na minha cara há um tempo, coisa que todos diziam e eu não acreditava. Você vem sendo mais uma exceção, porém estou perdida! Eu sempre fui de alguém, talvez você também. Então, como querer?
Vou deixar assim, como está! Nós duas quietinhas, você sem saber que me causa sorrisos e eu agradecendo pelo frio na barriga que sempre me causa quando te vejo. E que se faça presente aquela famosa frase: e o que tiver que ser?!